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Pensamentos e divagações do profundo do Ser

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Rotina

Odeio rotinas. Gosto de variar, de surpreender e de ser supreendida. Se for pela positiva, melhor ainda.

A rotina causa-me um asco do catano. É que nem queiram saber...

E não é que, apesar disto, fui cair na rotina? Subitamente, tudo deixou de fazer sentido.

Durmo, como...vivo. Ou sobrevivo? Isto é grave pá.

De facto a minha vida resume-se a isto: aulas (quando se está no tempo delas e quando não me baldo), livros (alguns que até me dão volta à mioleira), batalhas infernais com a comida que me põem no prato porque não tenho ido ao ginásio (e afins), e saio todos os fins-de-semana.

Iéi.

What a hapiness.




Hoje uma coisa veio contrariar este pensamento. O que realmente é bom na vida e que não é rotineiro (graças a Deus - a propósito...ultimamente Tu e eu andamos dessincronizados) são os swirls, os furos, as gargalhadas causadas pelos 'enormes seios', os sorrisos provocados pelos sorrisos, a súbita vontade de comprar uma peça de roupa (lamento, mas faz parte do espírito feminino), a maçã assada e o transporte de gado suíno. Já agora umas aulinhas de Antropologia também.

Brincadeirinha!




Vá...tenham tento na massa encefálica. Já que eu não tenho alguém tem de ter, ora!




*

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Quando se gosta de alguém

Quando se gosta de alguém ficamos com outra perspectiva da vida, quer sejamos correspondidos, quer não.

Quando se gosta de alguém, mesmo que a cabeça não queira encarar essa pessoa, o coração quer. Sentimo-nos tão bem na sua companhia, mesmo sem trocar palavras.

Quando se gosta de alguém...ficamos a observar aquela pessoa sem darmos conta. Quando ela sorri...nós sorrimos também. Rimo-nos das suas piadas, mesmo que não tenham piada nenhuma.

Quando se gosta de alguém dá-nos uma vontade imensa de nos atirarmos para os braços dessa pessoa. De partilharmos a nossa vida com ela. De querermos saber da vida dela. De fazer parte dessa vida.

Quando se gosta de alguém dão-se momentos de silêncio que dizem tudo. Batimentos cardíacos acelerados. Olhares transparentes que nos denunciam.





E é assim...





...quando se gosta de alguém.







*










As mulheres são todas diferentes. Quando se perde um homem, há outro igual ao virar da esquina. Quando se perde uma mulher, é uma vida. Os amigos arranjam-se e as mulheres também, mas as mulheres ninguém sabe como é. As mulheres sabem. Os homens pensam. As mulheres pensam que sabem. Os homens sabem que não sabem. Mas são as mulheres que acabam por ter razão.
Quando penso nestas coisas gosto da sensação de não chegar a parte nenhuma. Falar nas «mulheres» é uma estupidez. De nada serve falar a este nível de abstracção. É como falar do «Universo».
Pior. Cada mulher deste mundo é um universo à parte. Ou, se calhar, é só porque as mulheres não pensam nos homens como os homens pensam nas mulheres.


Miguel Esteves Cardoso in 'O Amor é Fodido'


---> Mas isso não significa que elas não gostem deles.

domingo, fevereiro 25, 2007

Tempo, tempo, tempo

Tempo que não passa
Tempo que é a minha desgraça.

Tempo breve...outras vezes longo.
Tempo que se imortalizou; momentos que ficam
Como rosas que picam.

Sentimento que aparece
Que permanece
Que teima.

Coisa incontrolável
Coisa não-perceptível
Coisa...impossível.

Difícil de entender...
O que fazer?


A vida é tua, tu é que sabes
Tu é que decides, tu é que ages.



*




Ao que erra perdoa-se uma vez...não três.



(Começo a achar que dou demasiada importância)

Cabo das Tormentas



Avisem-me quando passar. Até lá, hibernarei.





Knives Out - Radiohead









*








P.S.: Mudei de perfume.







P.S.2: Porque é que eu voltei?

sábado, fevereiro 24, 2007

Viagem


Estes dias fora daqui fizeram-me muito bem mas…




Para começar, depois de ter feito o check-in para Paris, quem é que eu vejo? A luz da minha vida. O homem que me mudou para sempre. O Zézé Camarinha.

A sorte é que não tinha nada no estômago, portanto não vomitei.

Foram 5 dias engraçados. Cinco dias durante os quais pensei muito (ainda mais?!). Cinco dias que me fizeram reflectir nos acontecimentos destes últimos…vá, cinco anos. E a conclusão que tirei de cada pensamento foi sempre a mesma: ‘Meto-me em casa uma…que até parecem duas!’.

Vi muita coisa, observei muitos comportamentos e atitudes. Vi muitas pessoas simpáticas, muitas pessoas cínicas (embora a essas já esteja bastante habituada) e muitas pessoas com falta de civismo e de respeito (pelos outros e por elas próprias). Vi dois pais porem a criancinha a urinar directamente no lago do Disneyland Park. Coisa bonita de ser ver aquela. Vi toneladas de ingleses, de espanhóis, de alemães e de italianos atropelarem-se para passarem à frente dos outros nas filas das diversões.

Mas também vi pessoas respeitadoras da sua vez e da vez dos outros. É a tal da esperança que nunca morre.

No dia em que apanhei o autocarro para ir para o aeroporto de Orly vi um casal despedir-se. Estavam abraçados um ao outro. Ela era de lá…ele de Espanha. Ela trabalha lá…ele em Espanha.
Ela chorava…muito.
Ele chorava…por dentro. Os seus olhos transpareciam a agonia da despedida.

Esta cena comovente e angustiante disse-me uma coisa: de que estás à espera? Mas a questão é essa…não posso esperar algo que não existe.

Vivi um sonho. Sonhei-o todas as noites. Sonhei uma vida. Espero vivê-la.

Agora não tenho dúvidas de que as coisas não acontecem por acaso. Tudo o que tem de acontecer acontece…o que tem de ser tem muita força. Não me arrependo das coisas que já vivi, mas se soubesse o que sei hoje tê-las-ia vivido de modo diferente…bem diferente.

Mas não se deve chorar sobre o leite derramado e nisso eu não serei excepção; sou-o noutras coisas.

E é por tudo isto que não espero por ninguém nem quero que ninguém me espere. A vida segue o seu curso natural e olhem…que se foda. Mas tenho consciência de que no fundo, quem se vai foder sou eu.

Como diz o outro, ‘podes fugir…mas não te podes esconder.’




Estes dias fora daqui fizeram-me muito bem mas…acho que devia ter lá ficado.






*

domingo, fevereiro 18, 2007

Vá...

...tirem lá umas férias de mim durante 5 dias.

Dêem-se por contentes =P


Segundo consta, volto 6a.




*









Confesso que...

sábado, fevereiro 17, 2007

Que simplicidade de pensamento

'Namoras para ver no que dá...porque hoje em dia nada é certo; é uma tentativa.'

Mélitah




Nunca tinha pensado no assunto dessa maneira. Assim até...assusta menos.





*

sexta-feira, fevereiro 16, 2007




'O que há em mim é sobretudo cansaço'


Álvaro de Campos






'Às vezes cansa-me ser eu.'


Eu










Só falta o ópio.
*

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Falta qualquer coisa

Eis a minha representação da sensação de vazio:


( )


Uns parêntises sem nada lá dentro.


*








Está confirmado. Nada voltará a ser como antes. Isso entristece-me.

Eu sou assim

Às vezes tenho uma vontade inexplicável de agir; mas acabo sempre por não o fazer. Chamem-lhe medo, comodismo, insegurança, o que quiserem. Mas parece que há qualquer coisa que me prende…o que será? Isto tinha de acontecer justamente comigo (oh pró meu egocentrismo a funcionar) que ironicamente odeio a sensação de estar presa…o sentimento de não puder fazer aquilo que quero e bem entendo porque há algo que me impede.

Acho que é um vazio. Não sei definir isto de outra maneira.

Às vezes gostava de oferecer os meus pensamentos e a minha maneira de ser a outra pessoa para ela ver o que é bom prá tosse.

Às vezes cansa-me ser eu.
Ser eu é uma coisa que dá trabalho e cabelos brancos.
É uma coisa complicada, que mói o juízo e arranha a alma.
É um infinito de pensamentos contraditórios…

É ser tudo e nada ao mesmo tempo.

Ser eu, é misturar uma antítese com um eufemismo pelo meio…pois as coisas contraditórias e difíceis de dizer (e de entender) devem ser atenuadas com palavras mansas.

Se me sinto incompreendida? Bastante. Vocês não sabem o quanto. É por isso que eu gostava de um dia oferecer esta essência que me domina a alguém. Bastava ser por um dia. Mas como eu não gosto de desejar mal a ninguém (salvo o meu típico ‘Quero mais é que vá morar prá China!’), não posso ansiar por uma coisa dessas.

Dizem que o frio conserva. Eu sou fria mas não conservo nada. Curioso.

Pelo menos isto deu-me uma coisa positiva (embora eu ainda ande a reflectir se isto é mesmo positivo): já não sou a impulsiva que era. Ao invés disso, agora penso tanto antes de fazer as coisas que um dia destes dano-me e quando me decidir a agir já o barco vai longe…

Confesso que isso não me admiraria nada. E até era bem-feito.

Um dos meus males foi ter vendido o verbo amar.



*






Há quem desate a chorar. Eu desato a escrever.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dia dos Namorados

Dia dos Namorados. Eu sozinho. Tu sozinha. Eu sem ti. Tu sem mim. Semi-destruídos. Semi-aliviados. Eu a pensar em ti. E tu em mim. A passar o dia dos Namorados. Buá. Hi hi. Ai, amor - secalhar estamos melhor assim.

Miguel Esteves Cardoso





Dia dos Namorados...esse dia que enche as montras de tudo quanto é loja de paneleicires infinitas. Provavelmente estarão a pensar 'olha aquela como não tem namorado 'tá revoltadinha'. Pois enganam-se. Mesmo nos tempos em que tinha namorado achava isso uma palhaçada. Devem pensar que me ía por a comprar aquelas merdinhas cheias de corações, não? Deves.

O Dia dos Namorados é uma espécie de Natal dos nossos tempos em miniatura. E querem saber porquê? Por isto:

Perfume Lancôme: A melhor prenda para ela.

Relógio Omega: Ofereça à sua cara-metade. Mostre quanto o ama!

Sim, estes slogans foram inventados à pressão. Mas quem é que mede o amor que tem para dar aos outros pelo que lhes compra?! Isto não vos faz lembrar o Natal? Este consumismo muito apreciado pelo Estado e pelos Bancos, e maioritariamente pelos doutores (da mula russa) que dão os visas às pessoas?

Consumir: palavra de ordem. O importante é dar a prendinha. Se ficamos com dívidas até ao pescoço? Que se dane, o homem de fraque trata disso.

O Dia dos Namorados deve ser todos os dias. Quando se namora deve haver respeito, confiança...e essas tretas todas tão necessárias ao bom convívio entre duas pessoas. Há relações em que cada dia passado é uma batalha ganha (e olhem que quando se trata de relações complicadas até tenho o meu quê de sabedoria).

Quanto àqueles que não namoram...há duas vertentes. Ou a do 'fazem vocês senão bem' ou a do 'não desesperem porque a outra metade acaba sempre por aparecer'.

Mas às vezes ela pode aparecer e não darmos conta.

Ou pode aparecer antes de estarmos preparados para ela.



Desejo-vos um bom Dia dos Namorados. E quanto aos solteiros: tirem o cú de casa e toca a dar um giro.



*

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Decidi-me e comprei...

...2 livros.

E acho que alguns dos poucos leitores assíduos que tenho vão-se rir; comprei estes:

o Livro do Desassossego de Bernardo Soares, que é como quem diz, um dos 72 heterónimos de Fernando Pessoa (acho que se ele fosse vivo teríamos conversas deveras interessantes, visto que ele tinha uma certa pancada e eu uma certa pancada tenho);

e O Amor é Fodido do Miguel Esteves Cardoso. Eu tinha prometido a mim mesma que não compraria nada que me remetesse a amor, paixões e coisas afins, mas lá está, há coisas que nunca mudam e que são mesmo fodidas; o meu feitiozinho de merda é uma delas.

Agora vou ver se faço alguma coisa no trabalho de estágio...e quiçá pegue nas coisas de Infância e Literatura, pois já que me propus a melhoria, ao menos que melhore mesmo. Depois vou-me deliciar a ler um destes montinhos de folhas bem aparentados cheios de letras que formam frases...frases essas que eu acredito que me porão a pensar, quando o que eu deveria fazer era estar quieta para não 'pensar demais'; mas como a teimosia é uma das minhas características mais vincadas...que se foda.


*



Sim sim, hoje estou asneirenta. Deve ser por ter dormido demais.

Tou farta...

...de tentar ajudar os outros a resolver os seus problemas quando nem os meus eu consigo resolver.

Mas acima de tudo tou farta de ver sempre as mesmas caras e de me sentir sozinha apesar de estar rodeada de gente.

Fartíssima.


*

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Um dia destes

Um dia destes eu pensei: Não há nada a fazer
Houve outro dia em que pensei que tudo tem uma solução.
Um dia destes eu pensei: Deixa andar
Houve outro dia em que pensei que queria resolver as situações o quanto antes.

Um dia destes eu pensei: Não sei o que dizer
Houve outro dia em que falei demais.
Um dia destes eu pensei: Sinto-me feliz
Houve outro dia em que pensei (e senti) que estava triste.

Um dia destes pensei: Que dirá se o tempo nos der o tempo a temos direito?
Houve outro dia em que pensei, o que dirá se o tempo me der o tempo a que tenho direito?

Talvez…

Um dia destes.


*





Se um dia me sinto nua tomara que a terra estremeça.

(Hoje bem que ela estremeceu! Acordou-me!Apanhei um cagaço do catano...!)

Hmm..

00:29

Cada vez que começo a discernir os meus pensamentos dá-me um click e volta tudo ao mesmo.

Vou mas é ler. Para ver se durmo… À espera estão a minha almofada (que eu tanto amo) e o Viva o Amor do Fransico Salgueiro. Estou a lê-lo pela segunda vez.

Faz-me rir.

Ao invés disso…quando vejo a quantidade de livros que tenho de ler para me enriquecer (bibliografia de curso), dá-me vontade de chorar.

Preciso de comprar um livro urgentemente, pá. Mas qual? Não quero cá coisinhas que me façam chorar, pra isso vejo o telejornal.

Pá…vou pá cama.




*







Tantos pás, credo.

sábado, fevereiro 10, 2007

STOMP!


Bidons, sacos de plástico, vassouras, isqueiros, caixas de fósforo…tudo serve para fazer música! E com uma batida da boa, diga-se de passagem. Além disto, a interacção com o público e as situações cómicas fazem do espectáculo dos STOMP duas horas bem passadas (e 30 euros bem empregues).

Não se trata de apenas de percussão, mas também de corpo, movimento, cor e voz!

Um espectáculo fantástico que aconselho vivamente a todos!

Meditação

Estou a meditar com o meu chá.
Penso em tudo; mas esse tudo é um resto de nada...pensar em tudo torna-se equivalente a pensar em nada.
Eu simplesmente não devia estar a pensar. Segundo dizem, pensar faz mal, e assim eu pouparia neurónios.

Mas preciso de encontrar respostas.

O que fazer quando o problema reside em nós?


*



P.S.: Hoje é um daqueles dias em que eu não devia ter saído da cama...mas já ando cansada de sonhos tão amargos.

"Deves tar à espera de conhecer um gajo hoje às 4 horas e amá-lo para toda a vida às 6?!"

Há coisas que nos tiram o sono...e dão-nos água e sal a escorrer pelo rosto.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

‘Anjo caído do céu.’

Sinto-me triste.

Este é daqueles momentos em que escrever me faz sentir melhor. Onde escrevo? No papel onde me embrulharam o folhado; diz “Pastelaria Tico Tico”.

No mp3 toca Playground Love dos Air.

Sinto-me um trapo enxovalhado mas acho que não tenho esse direito…pois infelizmente não sou a única pessoa a sentir-me assim; por minha culpa…minha tão grande culpa.

E por isso peço desculpa.

Sei que as desculpas não se dão, evitam-se.
Mas eu não pude evitar.
Porque ‘um dia quero uma coisa e outro dia quero outra; e isso não é vida’;
Porque “eu sou uma pessoa instável…e as pessoas instáveis não dão felicidade às outras’.

Imaturidade? Quem sabe…
Infantilidade? Não. Antes fosse.


Há pessoas que entram na nossa vida, demoram a sair dela e quando saiem deixam-nos marcas boas e más.

Há pessoas que entram na nossa vida…e nunca saiem dela…quer permaneçam de uma maneira quer permaneçam de outra. E todas as marcas que nos deixam são tão boas.

E é por isso que só tenho a agradecer-te.

Vais ter sempre um lugar especial em mim. Seria impossível não teres.


*

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

...

Álvaro de Campos

Poema em Linha Reta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



Identifico-me tanto.


*

“És tão estúpida!”



Eis a célebre frase que mais tenho ouvido nos últimos dias. E enquanto ma dizem penso ‘A sério?? Jura!! Eu até já tinha pensado nisso mas agora que confirmas…sinto-me bem melhor comigo mesma!’





Às vezes penso que nunca dei um passo que fosse o correcto.
Será que eu nunca fiz nada que batesse certo? Não. Isso é mentira. De facto já fiz muita coisa que não batia certo.
Já deixei que me roubassem os sonhos; agora já não deixo.
Já deixei de viver a minha vida para ir vivê-la na vida de outras pessoas; agora vivo-a na minha.
Já deixei de fazer algumas coisas para agradar a terceiros; agora não faço (nem desfaço), pois tudo o que faço é feito com o consentimento de mim mesma.

Se querem, querem, se não querem…’fixe, há quem goste’. Aonde? A poucos metros de mim. No quarto ao lado. É a manoca.
Enquanto eu rabisco no papel (ainda tenho a mania dos manuscritos) à luz do candeeiro, ela está a tentar dormir.
Ela gosta de mim.
Eu gosto dela.

Que fosse sempre assim.





Após reflectir sobre a célebre frase, dormir sobre ela e pensar no seu significado, cheguei à seguinte conclusão: às vezes tenho ideias estúpidas.
Quando falo de mais, por exemplo.
Quanto digo o que devo e o que não devo.
Quanto magoo alguém, mesmo sem ter a mínima intenção de o fazer.
Quando me ponho a disparatar (tipo aqueles meus discursos de quem está cheio de vontade de mudar o mundo, estão a ver?)
Quanto…quando surgem silêncios incómodos e eu digo uma daquelas piadinhas secas, das quais só se ri quem gosta de mim…

(Isto está-se a tornar demasiado lamechas p’ra meu gosto)


*

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Vazio

O Vento zangou-se comigo. Eu poderia suportar que as árvores, os passarinhos, a montanha e que tudo mais se zangasse comigo…mas o Vento não.

Afinal de contas, quem é o Vento? O Vento é aquele mensageiro, amigo e companheiro de cada dia.

Hoje aconteceu uma coisa muito grave. O Vento não quis ver o pôr-do-sol comigo. Passou por mim, disse-me ‘olá’ e foi-se embora. Ele nunca tinha feito nada assim…acho que já não volta.

Com a zanga entre o Vento e a Lagoa, a Natureza nunca mais foi a mesma. A Lagoa ressequiu, o Vento revoltou-se e partiu. Formou tornados, arruinou muitas vidas; a Lagoa abandonou as suas margens devido ao seu nível ter ficado tão baixo. Chegou, uns tempos mais tarde, a ficar completamente seca. Os animais que ali viviam tiveram de ir para outro lugar porque tudo secou.

E naquele lugar, a vida acabou.


(Aquele lugar...
Aquele lugar que fica do lado esquerdo do meu peito
Aquele lugar onde um dia houve um leito
Bom de se estar;
Aquele lugar que já não tem espaço para ninguém morar…
Secou
Gretou



Acabou)


*

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Querida Revista Maria...

...não sei o que é o amor e muito menos o que é namorar. Serei normal?

Tenho me sentido estranha, com falta de apetite e esta manhã acordei a pensar em fondue de chocolate e crepes com gelado. Estarei grávida?

Daqui a 6 dias iremos a votos para se despenalizar ou não o aborto. Viverei num país de 3º Mundo?

Várias pessoas me dizem que tenho cara de pastilhada e que só me falta fumar ganzas. Se eu disser que gosto muito de ir ao AkBar dar-lhe na sheesha, mostrarei indícios de uma vida criminosa?

Não consigo ser estável, logo, não consigo dar estabilidade a ninguém. Isso faz de mim má pessoa?

Tenho estado a pensar em muitos "porquês". Serão mostras de que estou com uma crise existencial?

*

Devaneios mentais...

O que eu realmente quero é saborear a liberdade de expressão que ainda nos é permitida por este “Governo Democrático”.

Quero poder escrever numa parede que me amo ou que vos odeio!
Quero poder sentir a água gelada da Fonte da Telha em pleno Abril,
Enquanto a outra fala de biquinis!

Quero ter a liberdade de pegar na carripana e ir para onde os pneus e aquela carcaça com mais de 15 anos me levarem.

Quero viver
Quero rir
Quero gritar
Quero dançar
Quero falar até que o cansaço me feche a matraca;

Quero ter a meu lado o pessoal maluco que todos os dias me incentiva nas minhas parvoíces;
Quero que esse pessoal maluco seja tão ou mais feliz que eu;
Que me acompanhe sempre nesta azáfama constante
Que não me deixa um dia sossegada…
Porque me atrapalha
Porque me bloqueia os pensamentos…
…e os sentimentos.

E mesmo que me chamem de louca, eu gritarei que sou feliz, apesar de todas pedras que possa ter dentro dos meus ténis estilo All Star comprados na Pull & Bear!

Porque não tarda muito que o Verão chegue e aí sim, os épicos irão começar!

E, ou eu morrerei até lá, ou ninguém nos irá parar.

(Prometo)

*

domingo, fevereiro 04, 2007

A Ana e a Sofia

Dentro de mim vivem a Ana e a Sofia.

A Ana é boazinha, gosta muito de toda a gente e também gosta muito de se acomodar às situações que lhe aparecem a vida; a Sofia revolta-se com pouco, é uma pessoa instável…um dia quer uma coisa, outro dia quer outra, pois não consegue dominar os seus sentimentos. A dependência de uma e a independência da outra chocam muito.

Em tempos era a Ana que mandava em mim.

De há uns tempos prá cá tem sido a Sofia; a cada dia que passa sinto-me mais dominada por ela.

Isto tem-me causado alguns problemas. Consigo sempre o que quero fazer da vida, mas nunca consigo obter nada do coração: ou é porque ele não se abre ou é porque ninguém consegue entrar nele.

Isto, às vezes, preocupa-me.

Odeio rotinas. Odeio costumes. Odeio hábitos. Odeio monotonias.

*

P.S: É a Sofia que odeia.

 
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