25 de Abril

Ontem fui a Almada assistir às comemorações do 25 de Abril, que é como quem diz, ontem fui a Almada ver os GNR.

Aquilo que observei causou me um sentimento que não sei bem que nome lhe dar. Supostamente estávamos ali com um espírito libertador, ‘viva à liberdade!’, ‘abaixo o fascismo!’, mas não…a juventude que me circundava, na faixa etária dos 13 aos 17 anos, mostrava exactamente o oposto.

É óbvio que o pessoal se quer divertir mas considerei o cenário muito irónico.

Começa a tocar a bela da Grândola Vila Morena e todos cantam podres de bêbados, cheios de fumos nos pulmões, fumos esses provenientes de ervas medicinais…

Poucos com a consciência de que aquela música foi um dos motores do dia festivo. Afinal o 25 de Abri é ‘bué da fixe’ porque não há aulas, não é verdade?

As garrafas de Joy cheias de substâncias alcoólicas (comportamento tipicamente Avantesco) deixaram-me um pouco desiludida.

Começa o fogo de artifício. Lindíssimo (e viva à poluição atmosférica!).

E foi aí que notei que o sentimento de desamparo desaparecera. A angústia inexplicável deixara de existir. Há dias que nos mudam…e também em mim se deu a REVOLUÇÃO!






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